sábado, 19 de setembro de 2015

Ausencia


Habré de levantar la vasta vida
que aún ahora es tu espejo: 
cada mañana habré de reconstruirla. 
Desde que te alejaste, 
cuántos lugares se han tornado vanos 
y sin sentido, iguales 
a luces en el día. 
Tardes que fueron nicho de tu imagen, 
músicas en que siempre me aguardabas, 
palabras de aquel tiempo, 
yo tendré que quebrarlas con mis manos. 
¿En qué hondonada esconderé mi alma 
para que no vea tu ausencia 
que como un sol terrible, sin ocaso, 
brilla definitiva y despiadada? 
Tu ausencia me rodea 
como la cuerda a la garganta, 
el mar al que se hunde.




Jorge Luis Borges

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"Nada temos a temer. Exceto as palavras."






Esqueci o que me levou a comprar este livro numa livraria em Curitiba, há mais de um ano. Descobri mais tarde que é o primeiro romance do autor.
Li-o, pela primeira vez, em duas semanas. Perturbou-me. Mas não sei porquê.
Reli-o recentemente. Devagar. Mais devagar.
Não sei como descrever a escrita de Rubem Fonseca. Abala de tanto interpelar a besta que nos habita. Incomoda. Somos questionados nos sentimentos mais íntimos, página após página.

É um livro que magoa. Atira-nos à cara as palavras.

"Nada temos a temer. 
  Exceto as palavras."

Rubem Fonseca em "O Caso Morel"

terça-feira, 3 de junho de 2014

Post mortem selfie


Uma múmia e o Variações no mesmo selfie? 
Estão a fazer casting para o The Waking Dead?

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lomba sem visibilidade



Pedro Lomba escreve hoje, no Público, sobre a impossibilidade da democracia na Europa. Os argumentos são muitos e variados. Quase todos tolos. A maioria procedem da sua imensa ignorância. Entre outros disparates, Lomba escreve que jamais existiu no mundo uma democracia à escala transnacional. Para ele, a Índia não faz parte deste planeta. Se pesquisar no Google vai descobrir que lá vivem dezenas de nações sob o mesmo estado, num regime democrático e republicano.

domingo, 4 de dezembro de 2011

camané


Há no Fado muitas coisas de que eu não gosto. Não gosto do fatalismo, não gosto do marialvismo, não gosto do pessimismo, não gosto do chauvinismo, não gosto da comiseração, não gosto da tristeza feita de falta de esperança. Cresci a ouvir este Fado e tomei a minha decisão.Eu não gosto de Fado.

Contudo, há Camané.

A qualidade literária das suas letras e sobretudo a sua imensa voz. A voz de Camané é difícil de definir. É ao mesmo tempo complexa e singela, duma força arrebatadora e simultaneamente delicada. Camané é um cantor imenso e, algumas vezes, faz-me lembrar Brel. 
A voz e a música de Camané, emociona-me.

Camané está para além do Fado.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"I go to bed every night dreaming of another recession"

 
para os que ainda tinham dúvidas, este video diz tudo sobre os mercados e o tipo de gente a que estamos entregues. a falta de liderança na europa e a demissão da classe política das suas responsabilidades, deixou-nos entregues aos bichos.