sábado, 19 de setembro de 2015

Ausencia


Habré de levantar la vasta vida
que aún ahora es tu espejo: 
cada mañana habré de reconstruirla. 
Desde que te alejaste, 
cuántos lugares se han tornado vanos 
y sin sentido, iguales 
a luces en el día. 
Tardes que fueron nicho de tu imagen, 
músicas en que siempre me aguardabas, 
palabras de aquel tiempo, 
yo tendré que quebrarlas con mis manos. 
¿En qué hondonada esconderé mi alma 
para que no vea tu ausencia 
que como un sol terrible, sin ocaso, 
brilla definitiva y despiadada? 
Tu ausencia me rodea 
como la cuerda a la garganta, 
el mar al que se hunde.




Jorge Luis Borges

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"Nada temos a temer. Exceto as palavras."






Esqueci o que me levou a comprar este livro numa livraria em Curitiba, há mais de um ano. Descobri mais tarde que é o primeiro romance do autor.
Li-o, pela primeira vez, em duas semanas. Perturbou-me. Mas não sei porquê.
Reli-o recentemente. Devagar. Mais devagar.
Não sei como descrever a escrita de Rubem Fonseca. Abala de tanto interpelar a besta que nos habita. Incomoda. Somos questionados nos sentimentos mais íntimos, página após página.

É um livro que magoa. Atira-nos à cara as palavras.

"Nada temos a temer. 
  Exceto as palavras."

Rubem Fonseca em "O Caso Morel"