camané

Há no Fado muitas coisas de que eu não gosto. Não gosto do fatalismo, não gosto do marialvismo, não gosto do pessimismo, não gosto do chauvinismo, não gosto da comiseração, não gosto da tristeza feita de falta de esperança. Cresci a ouvir este Fado e tomei a minha decisão.Eu não gosto de Fado.

Contudo, há Camané.

A qualidade literária das suas letras e sobretudo a sua imensa voz. A voz de Camané é difícil de definir. É ao mesmo tempo complexa e singela, duma força arrebatadora e simultaneamente delicada. Camané é um cantor imenso e, algumas vezes, faz-me lembrar Brel. 

A voz e a música de Camané, emociona-me.

Camané está para além do Fado.

"I go to bed every night dreaming of another recession"

 

para os que ainda tinham dúvidas, este video diz tudo sobre os mercados e o tipo de gente a que estamos entregues. a falta de liderança na europa e a demissão da classe política das suas responsabilidades, deixou-nos entregues aos bichos.

cavaco na farmville

Cavaco nos Açores:

"Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando para o pasto", no dia seguinte confessou que "poda as anonas uma vez ao ano". coitada da Maria.

o Jardim é que tem razão, a dívida da Madeira "é coisa muito pequena" quando comparada com a poda das anonas e o sorriso das vacas.

o grande artista

meia hora atrás, Medina Carreira, na TVI 24 Horas, explicando Keynes às massas: "hoje, as políticas keynesianas não funcionam porque só produzem resultados  em economias fechadas". Medina Carreira é um embuste promovido a sumo sapiente, pela ignorância jornalística televisiva. parafraseando o próprio, é caso para dizer: quando aparece o Medina Carreira na televisão, eu mudo de canal. para ver espectáculo, vou ao circo.

"what's good for G.M. it's good for America"

em 1953, Charles Wilson - então CEO da General Motors - foi nomeado para secretario da defesa, pelo presidente Eisenhower. durante a audição pública, no Senado dos EUA, quando questionado se, como secretário da defesa, tomaria alguma decisão que fosse adversa aos interesses da G.M., respondeu afirmativamente e acrescentou que não concebia uma tal situação porque: "because for years I thought what was good for the country was good for General Motors and vice versa".

vem isto a propósito das conclusões deste estudo, divulgado pelo Institut for Policy Studies, que revela que 25 dos 100 executivos mais bem pagos nos EUA, recebem mais que as empresas pagam de impostos.

as conclusões deste estudo são muito interessantes. mostram por exemplo que:

• a maioria das empresas não só pagam mais aos CEOs como também gastam mais com contribuições para campanhas políticas e em lobbying do que em impostos.
• o salário anual médio de um CEO, entre as empresas do S&P 500, foi em 2010 de 10.762,304 US dolars, isto é 325 vezes o salário anual médio de um trabalhador.
• o salário anual médio dos CEO aumentou 27,8 % em 2010, contra um aumento de 3,3% do salário anual médio de um trabalhador, no mesmo ano.

a frase de Charles Wilson, precisa de ser actualizada. a G.M., depois de ter sido salva pelo dinheiro dos contribuintes, mudou-se para as Bahamas.

os nossos ricos são pobrezinhos...salvem os ricos ajudem os milionários

estas notícias aqui e aqui, mostram bem quanto necessitados de ajuda estão os nossos ricos. o que vale é que o nosso governo está muito preocupado em preservar a espécime, não vão eles serem acometidos de instintos suicidários como o Warren Buffett ou os excentricos dos franceses.

the big lebowski...to be continued

Walter Sobchak: Am I wrong?
The Dude: No you're not wrong.
Walter Sobchak: Am I wrong?
The Dude: You're not wrong Walter. You're just an asshole.
Walter Sobchak: Okay then.

zapping numa tarde de domingo entediante e aterro num filme inesgotável. cada vez que o vejo parece mais genial.

be stupid

as imagens acima são parte de uma campanha da Diesel, lançada em 2010, sob o lema "be stupid".

a avaliar pelos eventos mais recentes é caso para dizer que vivemos numa economia "by Diesel". de todos os posters, gosto especialmente daquele que diz "Smart see what there is. Stupid sees what there could be". como escreveu o Krugman: "nothing shakes the faith of a true believer".

think outside the box

as long it doesn't come with rules (added)

it's the stupid economy

this paper, here, and its conclusions are simply ridiculous.

findings are based on unrealistic assumptions and some are even false. for instance: "We find that reducing the TSU rate by 4.0 p.p. requires a 2.0 p.p. increase in the IVA rate on private consumption", this is not correct. a report, carried out by the Ministerio das Finanças, shows that reducing the TSU rate by 3.7 p.p. requires a 2.19 p.p. increase in the IVA, thus a 4.0 p.p. rate reduction requires a 2.37 increase in the IVA. this means 18,5% more than is written.

on the other hand the authors ignore the impact of current economical environment and its foreseeable evolution on effects.

however the most eccentric conclusion is: "On the consumer side, despite the higher IVA, private consumption remains stable." is this a joke?

so, the authors want us to believe that increasing IVA in 2.0 p.p., in a high depressed market, will not reduce the consumption.

who am I to contradict such faith?

nota: escrevi em inglês porque o documento citado tem o objectivo de fomentar o debate político deste tema (desvalorização fiscal via redução da TSU). apesar dos autores serem portugueses foi escrito e divulgado em inglês.

"I missed the part where we became the bad guys"

acabei de ler a versão em inglês do relato de, Nina Volstad, aqui, do massacre cometido na ilha de Utoeya e lembrei-me de um texto do Jose Saramago, publicado no Público, acerca do fanatismo religioso e da imensurável dor e sofrimento infligido pelos fanaticos, de diversas matizes, em nome da religião.
como escreve Nina: "this seems so surreal. I do not understand. I do not understand.". eu também não.

join the procraster nation

encontrei a melhor forma de escapar à depressão colectiva.
agnóstico empedernido nunca pensei vir a converter-me a uma religião. mas, como resisitir a esta aqui e aqui?
além do mais presta tributo e homenagem a um dos mais geniais filmes de comédia. long life to the dude.

inside job

só recentemente vi este documentário. gostei. gostei muito. é um trabalho sério, rigoroso, sem demagogias, não panfletário, baseado nos factos e que questiona os actores dos acontecimentos com as perguntas certas.

é um trabalho competente feito com honestidade, sem promiscuidade com os negócios.

"I got a ride on the Idiot Express"

"Esta é a maior crise da nossa história?" pergunta do jornalista João Garcia, em entrevista a Artur Santos Silva, publicada no Expresso de 22 de Abril. 

por maior que a crise seja - e é - não tem comparação com o tamanho da ignorância revelada pelo jornalista.